Arte e arquitetura nunca estiveram tão próximas como atualmente. Mas seria a mescla positiva? Em seu livro, Hal Foster critica o mau uso da arte na arquitetura e a obsessão em juntar as duas em projetos arrojados, mas esvaziados de sentido. Já a condição de complexo, cujas significações abrangem desde o léxico psicanalítico até a designação de grandes aparatos sociais – como um “complexo industrial-militar” –, é, segundo o autor, um aspecto definidor da cultura atual e permite compreender fatores sociais e econômicos do mundo contemporâneo.
Grandes nomes da arquitetura atual, como Norman Foster e Renzo Piano, são os protagonistas da obra. A partir deles, Hal Foster identifica um “estilo global”, análogo ao Estilo Internacional da arquitetura moderna praticado por Le Corbusier, Mies van der Rohe e Walter Gropius. Se anteriormente os arquitetos se voltavam para a teoria, para Zaha Hadid, Herzog & de Meuron, e outros escritórios contemporâneos, a arte passou a ser a inspiração primeira, embora seja utilizada apenas em termos de imagem em seus projetos. Em contraposição, a passagem da arte para a arquitetura é vista pelo autor de maneira mais positiva, sobretudo pela transição da ideia de objeto para a de espaço, como atesta a obra de Richard Serra.
Clássico imediato de nossos dias, o livro é referência incontornável para o pensamento sobre a arte e a arquitetura contemporâneas e, nas palavras do próprio autor, “foi escrito em apoio a práticas que insistem na particularidade sensível da experiência no aqui e agora e que resistem à subjetividade atordoada e à sociabilidade atrofiada sustentadas pelo espetáculo.” Além do texto de Foster, a edição traz entrevista realizada pelo autor com o artista Richard Serra.