
O capital da Ubu resgata a consagrada tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe, com coordenação e revisão de Paul Singer. Publicado nos anos 1980, o texto se favoreceu das leituras e discussões de um grupo de pensadores que se reunira três décadas antes, incluindo o próprio Paul Singer, Bento Prado Júnior, José Arthur Giannotti, Octavio Ianni, Roberto Schwarz, Fernando Henrique Cardoso, Ruth Cardoso, entre outros.
O capital da Ubu, com tradução totalmente revisada, preserva a divisão em três tomos do original alemão. Uma introdução geral inédita de Fernando Rugitsky, professor de economia da University of the West of England, em Bristol, destaca os pontos centrais desta obra de Marx, além de incluir uma nota com sugestões de leituras contemporâneas para cada volume, que mapeiam controvérsias e apontam a atualidade desse marco do pensamento ocidental.
O Livro 1 analisa a dinâmica da produção capitalista e seu impacto no trabalhador. Marx examina o conceito de valor, distinguindo entre valor de uso e valor de troca, e apresenta a teoria da mais-valia como a fonte do lucro capitalista. Os dias se prolongam, o trabalho se intensifica e a divisão do trabalho se aprofunda, deixando duas classes em conflito constante: proprietários e trabalhadores. Ele discute como o trabalho humano é explorado para gerar lucro, destacando a alienação dos trabalhadores, que veem apenas uma parte do processo produtivo sem se identificar com o produto de seu trabalho. Este volume contextualiza a origem violenta colonialista e escravagista da acumulação primitiva do capital, estabelecendo as bases teóricas para o funcionamento do sistema capitalista.
Material inédito
Com base na quarta edição alemã, editada por Friedrich Engels, o Livro 1 da Ubu traz ainda material inédito no Brasil: as alterações da primeira edição francesa feitas pelo próprio Marx e selecionadas por meio de um levantamento filológico rigoroso pela MEGA2 [Marx-Engels Gesamtausgabe]. A tradução desses acréscimos ficou a cargo de Nélio Schneider.