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Como o Estado administra não só a vida como também a morte de determinados cidadãos? De que maneira o desaparecimento de pessoas e corpos se constitui como um mecanismo em contínuo funcionamento? De quem são os cadáveres que o Estado não quer nomear? Essas são algumas das questões que o filósofo e psicanalista Fábio Luís Franco levanta ao desenvolver uma análise do processo de produção, normatização e apagamento sistemáticos da morte, com foco na atuação de forças do Estado.

 

Tendo como base o conceito do filósofo camaronês Achile Mbembe de necropolítica, Franco recupera nas guerras coloniais os mecanismos de contrainsurreição que foram legados aos generais das ditaduras latinoamericanas e fizeram do desaparecimento um método de repressão. Mas esse não é um fenômeno de "exceção" durante a ditadura, ao contrário, como mostra Franco, ele está entranhado na estrutura governamental do Brasil, presente nas mais diversas estratégias que tornam o desaparecimento um modo de governar. Não é preciso que o Estado mate; basta que ele deixe morrer ou deixe matar. Ou ainda: que deixe que se matem uns aos outros. Não é preciso que o Estado suma com os corpos; é suficiente que não procure os desaparecidos nem quem os fez desaparecer. O mesmo se estende às mortes por epidemias, ignoradas ou camufladas pelos poderes públicos.   

 

No momento em que o Brasil está entre os líderes de vítimas da covid-19 no mundo e ocorre uma banalização dessas mortes, uma política sistemática de dessensibilização do corpo social, o livro de Franco é ferramenta valiosa para a compreensão dos mecanismos da necropolítica que nos trouxeram até aqui.

 

COLEÇÃO EXPLOSANTE - coordenação Vladimir Safatle  

 

Em um momento no qual revoluções se faziam sentir nos campos da política, das artes, da clínica e da filosofia, André Breton nos lembrava como havia convulsões que tinham a força de fazer desabar nossas categorias e limites, de produzir junções que indicavam novos mundos a habitar: “A beleza convulsiva será erótico-velada, explosante-fixa, mágico-circunstancial ou não existirá”. Tal lembrança nunca perderá sua atualidade.  

 

A coleção Explosante reúne livros que procuram as convulsões criadoras. Ela trafega em vários campos de saber e experiência, trazendo autores conhecidos e novos, nacionais e estrangeiros, sempre com o horizonte de que Explosante é o verdadeiro nome do nosso tempo de agora.

Governar os mortos – Necropolíticas, desaparecimento e subjetividade

SKU
9786586497564
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    Texto de Orelha

    Flavia Medeiros Santos

    Prefácio

    Silvio Almeida

    Posfácio

    Vladimir Safatle
Características

Idioma

português

Tipo

brochura

Formato

14 × 21 cm

Páginas

176

Peso

300

ISBN

978-65-86497-56-4
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